
Clarice Lispector
Clarice Lispector, nascida Chaya Pinkhasovna Lispector, foi uma escritora e jornalista brasileira nascida na Ucrânia em 1920. É considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka.
Nasceu em uma família judaica russa que perdeu suas rendas com a Guerra Civil Russa e se viu obrigada a emigrar em decorrência da perseguição a judeus, à época, a qual resultou em diversos extermínios em massa.
Clarice chegou ao Brasil aos 2 anos de idade, com seus pais e duas irmãs. Afirmava que sua pátria sempre foi o Brasil, e não a Ucrânia. "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo". Sua família morou um período em Maceió, até se mudar para o Recife, onde Clarice cresceu. Aos 8 anos perdeu a mãe e aos quatorze anos de idade mudou-se com o pai e as irmãs para o Rio de Janeiro.
Em 1939, ingressou no curso superior na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que trabalhava como secretária em um escritório de advocacia e em um laboratório, além de já estar fazendo traduções de textos científicos para revistas.
Seu pai faleceu em 1940, quando Clarice tinha 20 anos. Nessa época, insatisfeita com o trabalho de escritório, Clarice tentou carreira no jornalismo, apesar das dificuldades às mulheres.
Em 1941, o trabalho como repórter fez com que ela fosse enviada para diversas localidades, como, por exemplo, à inauguração privada do Museu Imperial em Petrópolis, em 1º de maio, onde conheceu Getúlio Vargas; e a Belo Horizonte, em julho. Durante as viagens, publicou textos em periódicos de diversos lugares.
Após um tempo afastada da religião, Clarice retornou a aproximar-se através de leituras de Franz Kafka, também judeu, e do filósofo Baruch de Espinoza, de quem foi encontrada, na biblioteca de Clarice, uma antologia francesa datada de 14 de fevereiro de 1941 e que inspirou a escrita de seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem (1942).
Sabe-se que Clarice Lispector dominava pelo menos sete idiomas: português, inglês, francês e espanhol, fluentemente; hebraico e iídiche, com alguma fluência; e russo, com pouca fluência levada da infância. Como tradutora para o português, entretanto, utilizou somente o inglês, o francês e o espanhol.
Suas principais obras marcam cada período de sua carreira. “Perto do Coração Selvagem” foi seu livro de estreia, publicado quando Clarice tinha 24 anos de idade; “Laços de Família”, “A Paixão segundo G.H.”, “A Hora da Estrela” e “Um Sopro de Vida” são seus últimos livros publicados.
Faleceu em 1977, um dia após completar 57 anos, em decorrência de um câncer de ovário.