Amos Gitai

O cineasta Amos Gitai nasceu no dia 11 de outubro de 1950, em Haifa, Israel. É filho de Munio Weinraub, um arquiteto formado na escola de arte alemã Bauhaus, e de Efratia Margalit, uma professora. Amos é formado em Arquitetura pelo Technion e é PhD em Arquitetura pela University of California, Berkeley.

Sua paixão pelo cinema despertou durante a Guerra do Yom Kippur, ocorrida em 1973. Na época Gitai teve que interromper seus estudos de arquitetura para prestar serviço como parte de uma equipe de resgate. O helicóptero em que ele estava foi atingido por um míssil sírio. Durante suas missões, Amos Gitai usava uma câmera para documentar a guerra. Após seu retorno do conflito, Amos se assumiu cineasta.

O acontecimento traumático foi foco de uma série de curtas-metragens e documentários experimentais, antes de Amos dirigir “Yom Kippur” de 2000, que o consagrou definitivamente após exibição aclamada no Festival de Cannes.

Em 1980, Amos Gitai dirigiu seu primeiro longa, “House”. No filme, ele acompanha os diferentes inquilinos de uma casa em Jerusalém ao longo dos anos, tornando a casa o foco do conflito sócio-político israelense. Amos abre um espaço cinematográfico democrático em torno da mesma casa, onde uma divisão de perspectivas sobre a situação e sua história ocorre.

No entanto, a televisão israelense rejeitou e censurou o filme, iniciando uma relação conflituosa entre Amos Gitai e as autoridades de seu país. Essa relação ficou ainda mais abalada com o lançamento do filme “Diário de Campo”, gravado antes e durante a invasão do Líbano em 1982, o que lhe fez viver um exílio de 10 anos na França.

Amos Gitai trabalhou, durante seus 45 anos de carreira, reflexões sobre espaço, história, imigração, religião, exílio e utopia - assim como o debate sobre o papel artístico, social e político do cinema. Origem familiar, geração a que pertence e estudos arquitetônicos também são temas constantes em sua obra.

Trabalhou com Juliette Binoche, Jeanne Moreau, Natalie Portman, Yael Abecassis, Samuel Fuller, Hanna Schygulla, Annie Lennox, Barbara Hendricks, Léa Seydoux, Valeria Bruni Tedeschi, Henri Alekan, Renato Berta, Nurith Aviv, Éric Gautier e mais. Desde 2000 colabora com a roteirista francesa Marie-José Sanselme.

Recebeu vários prémios de prestígio, como o Leopardo de Honra no Festival Internacional de Cinema de Locarno (2008), o prémio Roberto Rossellini (2005), o prémio Robert Bresson (2013), o prémio Paradjanov (2014) e a Légion d'Honneur ( 2017). Em 2018, Amos Gitai foi eleito professor titular da cátedra de criação artística do Collège de France. Em 2019 recebeu o Grande Ufficiale dell'Ordine della Stella Italia.